-
Mauro Vieira crítica ação de Israel em Gaza como "Ilegal e imoral" , na Cisjordânia
-
Neste domingo (17), Ministro das Relações Exteriores realizou compromissos em Ramala
- Por Camilla Ribeiro
- 17/03/2024 17h13 - Atualizado há 9 meses
Durante sua visita à Cisjordânia neste domingo (17), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, denunciou as ações de Israel na Faixa de Gaza como ilegais e imorais.
"Permitam-me que o diga em alto e bom som. É ilegal e imoral privar as pessoas de alimentos e água. E ilegal e imoral atacar comboios humanitários e pessoas que procuram ajuda. E ilegal e imoral impedir que os doentes e feridos tenham acesso a material médico essencial. É legal e imoral destruir hospitais, locais religiosos e sagrados, cemitérios e abrigos", falou.
O chanceler se fez presente na cerimônia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o título de Membro Honorário do Conselho dos Curadores da Fundação Yasser Arafat.
Durante sua fala, Vieira também mencionou ainda as recentes declarações de Lula, as quais abriram espaço para uma crise diplomática com o governo israelense.
O chanceler relevou como uma "resposta desproporcional" de Israel aos ataques do Hamas em 7 de outubro do ano anterior.
"É por isso que o presidente Lula fez um apelo, durante a 37ª cúpula da União Africana, em Adis Abeba, para que resgatemos nossas melhores tradições humanistas. Sob essa luz, ele condenou os ataques contra civis e militares israelenses em 7 de outubro e exigiu a libertação imediata de todos os reféns. Ao mesmo tempo, ele rejeitou a resposta desproporcional de Israel, que ja matou e deslocou milhares de pessoas na Palestina", disse.
Além disso, o ministro questionou a ocorrência de a Palestina não integrar a Organização das Nações Unidas como membro pleno.
"A decisão sobre a existência de um Estado palestino independente foi tomada há 75 anos pelas Nações Unidas. 139 dos 193 membros já reconhecem a Palestina como um Estado. Por isso, não há qualquer razão para que a Palestina não seja membro de pleno direito das Nações Unidas."
Anteriormente, o ministro teve um encontro com o chanceler da Autoridade Palestina, Riad Malki.
Malki expressou apoio as falas do presidente brasileiro sobre os ataques de Israel à Gaza.
Segundo informações do Itamaraty, o diplomata palestino disse que Lula falou de maneira "forte e clara", ao tentar descrever "a situação como ela é".
No mês passado, o presidente brasileiro criticou o conflito em Gaza, denominando os atos de Israel como "genocídio".
Lula comparou esse cenário à matança de judeus promovida por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
As declarações foram fortemente condenadas pelas autoridades israelenses, gerando o título de persona non grata no país ao presidente brasileiro.
Durante a reunião deste domingo, Malki também expressou preocupação com a perspectiva de um ataque em Rafah, uma região da Faixa de Gaza onde aproximadamente de 1,4 milhão de pessoas residem.
Segundo informações do Itamaraty, o embaixador destacou a "disposição brasileira em liderara esforço pela admissão da Palestina como membro pleno da ONU".
Neste domingo, o embaixador brasileiro também visitou o Escritório de Representação do Brasil em Ramala.